terça-feira, 13 de setembro de 2016

Tamanho do pênis do filho preocupa mais os pais do que a obesidade





Exibindo
É uma situação muito comum no consultório do cirurgião pediátrico. O tamanho do pênis. A família nota que o pênis da criança é menor do que de crianças mais novas ou do irmão mais novo.

Na maioria das vezes, isso está associado a obesidade. A criança, estando "gordinha" na parte acima do pênis (região pubiana) acaba tendo o pênis escondido pela gordura, principalmente quando a criança está na posição em pé. Neste caso, o pênis está normal e o problema que não pode ser ignorado é a obesidade. É primordial tentar resolver a obesidade antes que a criança se torne adolescente. Daí o emagrecimento é mais difícil.

Por outro lado, há distúrbios hormonais que podem resultar em problema no desenvolvimento do pênis e dos testículos. O ideal é a criança passar por uma avaliação criteriosa do cirurgião pediátrico que poderá esclarecer a situação, evitando constrangimentos e angústias.

Abaixo, o texto na íntegra do New York Times sobre o assunto.

Dr. Rafael



The New York Times

Segundo a sabedoria pediátrica, é a mãe quem costuma fazer a pergunta, mas ela geralmente diz que a dúvida é do pai do menino.A mãe começa dizendo que o pai está preocupado. "O pênis do nosso filho tem um tamanho normal? Será pequeno demais? Tem algo errado?" Na maior parte das vezes, está tudo perfeitamente normal, mas o que a grande parte desses meninos tem em comum é o físico: uma tendência ao sobrepeso.
Perguntas sobre o tamanho do pênis se tornaram mais comuns durante a década passada, quando meus colegas e eu vimos mais crianças com sobrepeso vindo aos exames médicos. E o fato reflete preocupações culturais e ansiedades, que podem tornar a conversação altamente tensa para todos os envolvidos.
"Vejo insatisfação com o falo com muita regularidade", afirma Aseem Shukla, urologista pediátrico do Hospital Infantil da Filadélfia e professor assistente de urologia da Faculdade de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia.
Ele disse que com meninos entre dez e 11 anos, uma coisa comum é o comentário: "O pênis do meu filho é muito curto".
A grande maioria dos pais que mencionam essa questão com os pediatras após o período de recém-nascido tem filhos cujos genitais se enquadram no tamanho normal.

O pênis de um bebê ou criança pequena pode parecer muito pequeno, talvez ainda mais quando a criança em si está mais para grande do que pequena. Ao observarem os corpos crescendo, os pais, às vezes, começam a se preocupar com meninos pesados e se a genitália é normal.
O pênis pode estar enterrado pela camada de gordura localizada na frente do osso púbico e pode permanecer oculto enquanto os meninos passam pela adolescência. O que se chama de "pênis escondido" pode ser uma combinação de estar na pré-puberdade (o pênis ainda não começou a crescer), ter sobrepeso (a camada de gordura é significativa) e, em alguns casos, um problema anatômico em que o tecido macio abaixo da pele do pênis não adere bem à fáscia de Buck, a cobertura espessa dos nervos e artérias penianos.

Esse problema de fixação pode gerar o que Shukla descreveu como um pênis "escorregado", no qual o corpo do órgão se retrai e somente a pele, ou o prepúcio, em um menino não circuncidado, é claramente visível.
Existem procedimentos cirúrgicos que podem desenterrar o pênis escondido, mas Shukla afirma que, exceto em casos extremos, faz mais sentido esperar e deixar a criança ficar mais velha –e idealmente mais magra.
No caso de meninos pré-adolescentes, essa costuma ser uma solução muito bem-vinda.
"Os meninos costumam ficar muito aliviados porque não faremos cortes", diz Shukla.
Porém mesmo aliviados, eles querem ser tranquilizados.
"Basicamente, digo que o garoto é absoluta e completamente normal. Não andamos por aí com as calças abaixadas e não vemos como são todos. Mas você precisa perceber que a área genital pode ser diferente e, só porque você parece diferente do irmão, não quer dizer que algo esteja errado."
Existe uma situação chamada micropênis, que deveria ser diagnosticado no período de recém-nascido, pois pode refletir uma série de distúrbios do sistema hormonal durante a gravidez, que em algum instante impediu o efeito comum da testosterona.

O micropênis pode refletir uma ampla gama de síndromes genéticas raras e problemas hormonais, e o diagnóstico precoce é importante para garantir que outras questões hormonais, como um baixo nível de glicemia no sangue, não coloquem o bebê em risco.
A medida relevante, em um menino de qualquer idade, é o comprimento do pênis esticado, a partir do osso púbico, e alongando o pênis não ereto ao ponto de resistência. Em um recém-nascido que não seja prematuro, em média, o pênis esticado mede 3,5 cm.

O micropênis (em qualquer idade) é definido como um desvio padrão de 2,5 cm abaixo da média; assim, em um recém-nascido não prematuro, nós nos preocupamos com qualquer criança abaixo de 2 cm a 2,5 cm. Para meninos mais velhos, os médicos usam tabelas de crescimento que refletem a idade da criança e a maturidade física.
E até que os hormônios da puberdade entrem em ação e o pênis comece a crescer, um órgão normal em um corpo desproporcionalmente grande, segundo as estatísticas, pode parecer pequeno a pais preocupados.
Merritt Jensen, psicóloga pediátrica que trabalha com a divisão de urologia do Hospital Infantil da Filadélfia, relata: "Ouvi muitos pais querendo ser tranquilizados de que está tudo dentro do apropriado e do típico e que o pênis vai funcionar corretamente".
"Em geral, é a mãe quem fala, mas pode-se ver o alívio no rosto do pai", ela conta.
Nenhuma dessas conversas é fácil, das questões nervosas no consultório pediátrico aos especialistas a que são encaminhados.
Shukla conta que tenta tranquilizar pré-adolescentes dizendo que, se eles perderem peso e continuarem achando que existe um problema quando chegarem à puberdade, os garotos deveriam voltar a procurá-lo.
"Explico a questão do comprimento e da espessura", afirma Shukla. E diz ao paciente: "Você vai ficar muito bem, terá uma ótima vida".
*Perri Klass é pediatra.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Chá de quebra-pedra. Verdade ou mito?

Image result for Phyllanthus niruri        Até hoje não há evidências concretas se o chá de quebra-pedra ajuda a eliminar cálculos renais. Acredita-se atualmente que sua ação está mais relacionada a ingestão do líquido, o que aumenta a quantidade de urina facilitando a eliminação do cálculo. Ou seja, beber água teria o mesmo efeito. O chá, portanto, não teria a ação de dissolver a pedra, como muitas pessoas acreditam.

        Entretanto, este estudo brasileiro sugere que o chá de quebra-pedra pode ajudar um pouco mais do que seu efeito apenas hidrostático. Vamos aguardar por mais evidências. Por ora, uma coisa é certa. O chá não parece prejudicar em nada. Fazer mal não faz.







International Braz J Urol Vol. 36 (6): 657-664, November - December, 2010
Phyllanthus niruri as a Promising Alternative Treatment for Nephrolithiasis

Mirian A. Boim, Ita P. Heilberg, Nestor Schor

Renal Division, Federal University of Sao Paulo, Unifesp, Sao Paulo, Brazil

ABSTRACT

In spite of considerable efforts to identify effective treatments for urolithiasis, this is a goal yet to be achieved. This review summarizes experimental and clinical data evaluating the effect of the plant Phyllanthus niruri, a plant with worldwide distribution, as a potential agent to prevent and/or to treat urolithiasis The review is based on data from the literature and on the results obtained by our group from either in vivo/in vitro experiments or clinical studies. Phyllanthus niruri has been shown to interfere with many stages of stone formation, reducing crystals aggregation, modifying their structure and composition as well as altering the interaction of the crystals with tubular cells leading to reduced subsequent endocytosis. The clinical beneficial effects of Phyllanthus niruri may be related to ureteral relaxation, helping to eliminate calculi or to clear fragments following lithotripsy, or also to a putative reduction of the excretion of urinary crystallization promoters such as calcium. No adverse renal, cardiovascular, neurological or toxic effects have been detected in either of these studies. Altogether, these studies suggest a preventive effect of Phyllanthus niruri in stone formation or elimination, but still longer-term randomized clinical trials are necessary to confirm its therapeutic properties.