quinta-feira, 30 de junho de 2016

Fimose ou Aderência?

A pele do pênis do meu filho não abre !!! Massagem não resolve !! Precisa de cirurgia??

Em primeiro lugar, precisa saber se estamos lidando com fimose ou aderência de prepúcio.

Fimose, passível de tratamento sem cirurgia
fimose está presente em 92% dos meninos ao nascimento e, destes, 98% terao resolução sem cirurgia. A massagem ou expressão manual pode ser feita, DESDE QUE não cause fissuras e lesões, pois podem gerar cicatrização, fibrose e daí a fimose não resolve mais, apenas com cirurgia. Enquanto o tecido está "macio", ainda pode abrir. Vale a pena alguem orientar como fazer o processo.

Há fimoses que de olhar o cirurgião pediátrico já sabe que não deve resolver e, daí, indica a cirurgia mais precoce, pois a recuperação é muito melhor. Em relação a pomada, ela pode ajudar, mas necessita ser aplicada no lugar certo, no anel constritor e, preferencialmente, após a expressão correta. isso porque a pomada não abre a pele, mas permite uma cicatrização adequada após a expressao ter feito uma "forçadinha". A Postec (r) é uma opcao, mas é bem mais cara do que as outras, aproximadamente 80 a 90 reais. Há pomadas de corticóide, como clobetazol, adinos, que podem ser usadas a custos bem menores.

Em relação à cirurgia, realmente o procedimento é simples. Tem a finalidade da correção da fimose, mas também tem que haver a preocupação estética, deixando o pênis da forma mais "normal" possível, evitando-se o aspecto circuncizado ou "pelado" ou "careca".

Aderência de prepúcio
A aderência do prepúcio ocorre quando a pele não abre devido ao fato de estar grudada na ponta do pênis, e não devido a pele ser estreita. Daí ela pode ser desfeita em consultório com uso de anestesia tópica. Fazer sem anestesia causa trauma demais. Não deve ser feito.

Aderência Balano Prepucial ou Acolamento

A maioria dos meninos nasce com a pele grudada na ponta do penis. ISSO NAO EH FIMOSE. O nome disso eh aderencia balano prepucial ou acolamento.

A pele solta espontaneamente, com o passar do tempo. Nao eh necessario forçar ou puxar para ir mais rapido. Basta uma higiene local diaria ate onde a pele abre. A cada dia ela estara um pouco mais aberta.

Menino com aderência. Note a bolinha branca saindo da aderência
Eh normal formar umas "bolinhas brancas". O nome disso eh esmegma. Eh uma lubrificação natural do penis. Como a pela ainda está aderida, a lubrificação fica "presa", formando estas bolinhas de "sebo" . Elas saem sozinhas. Limpe diariamente para quando elas saírem da pele vc retirar. A boa notícia eh que quando elas saem elas ja descolam a pele naquela parte. Eh a natureza resolvendo as coisas.

Ha alguns casos em que a aderencia persiste tempo demais. A conduta varia de caso em caso. O ideal eh que a criança seja avaliada pelo cirurgiao pediatrico, que tirara todas as duvidas e evitara manobras que podem machucar a criança e até ocasionar fissuras, fibroses e postites.




quarta-feira, 29 de junho de 2016

Freio Lingual Curto ou "Língua Presa"

O freio lingual curto, anquiloglossia ou "língua presa" se refere a uma prega de pele que une a ponta da língua a gengiva inferior. O diagnóstico é simples e é realizado pela própria inspeção. Dependendo do freio, pode haver dificuldade na fala e na amamentação.


A questão mais difícil é se a cirurgia é necessária ou não. Isso dependerá do aspecto do freio e das limitações que o mesmo impõe a língua. Na inspeção já é possível, na maioria das vezes, decidir se a cirurgia deve ser realizada ou não.

Normalmente a cirurgia é realizada com anestesia inalatória em centro cirúrgico. Isso evita dor e sangramento. Com a inalação do anestésico a criança adormece, porém continua respirando sozinha. O freio é seccionado com bisturi elétrico e, sem seguida, um spray com anestésico local é colocado na área de secção. Em aproximadamente 3 a 5 minutos a criança acorda e após 2 horas pode retornar para casa e sua vida normal.



Carta de uma mãe de prematuro


"Ser mãe de prematuro é ser pega pela surpresa e o despreparo. É não segurar seu filho nos braços quando nasce. É olhar pela incubadora. É sentir sua cria pela ponta dos dedos esterilizados em álcool gel.

Ser mãe de Prematuro é ser viciada no monitor. E ver seu filho respirando por aparelhos com sensores medindo o que há de vida na sua criança. São os benditos 88% de saturação.
É tirar leite na máquina. É ver o leite entrando pela sonda. E torcer para a quantidade aumentar todo dia. É ter paranoia com o processo ganha/perde de peso diário. Num dia ganha 10 gramas e no seguinte perde 15. Isso é um desespero. É se incomodar com as aspirações e manobras, mas saber que é um mal necessário. É ver picadas e mais picadas para exames e não respirar enquanto o resultado não aparece. É chegar ao hospital com o estomago em cambalhotas com medo do que vai ouvir do pediatra.

Para ser mãe de UTI tem que virar pedinte e mendigar todo dia uma boa notícia. Mesmo que seja a bendita palavrinha “estável” - significa que não melhorou, - mas também não piorou.
E não se esquecer de agradecer o cocô e o xixi de cada dia. Sinal de que não tem infecção.
Mãe de Prematuro também tem rotina. UTI-casa-UTI de segunda a segunda. Sem descanso. E como é possível descansar?

Para ser mãe de Prematuro é preciso muita fé.
Porque na hora do desespero é você e Deus. É joelho no chão do banheiro da UTI para pedir milagre, ou pedir que acabe o sofrimento. Haja fé. E só com fé.
É ser a Rainha da Impotência, por ver o sofrimento e a dor do seu bebê e simplesmente não poder fazer nada. Só confiar.
É bater papo com seu filho através da incubadora. E ter lágrima escorrendo pelo rosto todo dia por não poder sentir seu cheirinho e beijar seus cabelos.
Mas, ser mãe de prematuro é superação, é ter história para contar. É entender de um monte de doenças que ninguém nem imagina que existe.
É contar o tempo de um jeito diferente. Idade cronológica e idade corrigida. É difícil de entender.
É sair da UTI com festa e palmas. E deixar por lá amigos eternos e preciosos.
Ser mãe de Prematuro é ter medo do vento, da bronquiolite, do inverno e do hospital.

Toda mãe é um ser guerreiro por natureza. Mas a Mãe de Prematuro, precisa ser guerreira em dobro. E isso nos difere e ao mesmo tempo nos iguala.
Lutadoras, perseverantes, resilientes, frágeis a ponto de desabar a qualquer momento, mas com uma força absurda. Uma força que talvez venha de um útero vazio antes do tempo.
Assim são as mães dos bebês que nascem antes..."

Autor desconhecido

Hérnia umbilical

Hérnia umbilical do tipo probóscide
A hérnia do umbigo é bastante frequente em bebes, chegando a 18% em brancos e até 40% em negros. Em prematuros, esta incidência chega a 85%. A maioria apresenta fechamento espontâneo, reduzindo a frequência para 5% após os 4 anos de idade. Sendo assim, na ausência de fatores que justifiquem a cirurgia precoce, pode-se aguardar o fechamento natural da hérnia.
O uso de ataduras, faixas e moedas, seja de 50 ou 25 centavos, são contra-indicados. As faixas e os colantes podem reduzir a mobilidade da musculatura e prejudicar o fechamento espontâneo da hérnia.
Os fatores que podem justificar a cirurgia são dor, estética, encarceramento prévio da hérnia, defeito grande da parede do abdome, dentre outros.
Hérnia umbilical já corrigida por cirurgia. Note que a
cicatriz 
deve 
ficar dentro do umbigo para não ser percebida
A cirurgia é simples e, além da correção da hérnia, deve haver a preocupação com um bom resultado estético, com uma cicatriz mínima e parcialmente “escondida” pela profundidade do umbigo.
Dr. Rafael Correia